Mural da Cidade Feira de Santana

terça-feira, 14 de setembro de 2010

História da Cidade de Feira de Santana

A vila que originou a cidade começou a ser criada em 13 de novembro de 1832, foi oficialmente habitada em 09 de maio de 1833 sob o nome Villa do Arraial de Feira de Sant’Anna.
Tornou-se município em 18 de setembro do mesmo ano, e cidade em 16 de junho de 1873, passando a se chamar Cidade Comercial de Feira de Santana.
A cidade passou a ser ponto de parada de tropas e viajantes que passavam na região, fato que auxiliou no desenvolvimento da cidade.
Feira de Santana localiza-se favoravelmente entre o sertão e a costa, a mais ou menos 108 quilômetros da cidade do Salvador, utilizando-se a rodovia federal BR-324. Feira de Santana está numa elevação de 256 metros (aproximadamente 800 pés) situa-se numa porção de Planalto interior que alcança quase até a baía de Todos os Santos. Por outro lado, os vales dos rios Pojuca e Jacuípe, que atravessam o município a leste e a oeste, respectivamente, da cidade, são projeções, para o interior, dos solos profundos e ricos da planície costeira. Situação semelhante observa-se em relação às chuvas. Os padrões da região costeira e do interior modificaram-se para formar um terceiro tipo de Feira de Santana. A não ser durante os anos de sêca, o município tanto é beneficiado com as chuvas moderadas do inverno, vindas do oceano Atlântico, como pelas trovoadas de verão, que se origina no sertão.

A posição geográfica de Feira de Santana, a meio caminho entre a costa e o interior, reflete-se na economia do município. Tal como no sertão propriamente dito, a criação de gado está grandemente desenvolvida e por muitas décadas a cidade sustentou a fama de uma das mais concorridas feiras de negócios de gado no Brasil. Ao mesmo tempo, a combinação da topografia típica, com diferentes solos e chuvas moderadas permitiu uma ampla variedade de produção agrícola tropical e semi-tropical, em Feira de Santana. A população crescente no município exige um consumo local cada vez mais pronunciado de gado e de produtos agrícolas, enquanto a proximidade das cidades costeiras assegura aos criadores e agricultores um mercado imediato para os excedentes.

Uma parte considerável da sua prosperidade seja uma consequência do clima favorável, Feira de Santana deve a importância presente, em razoável proporção, à posição estratégica, visto que se localiza como a principal cidade na estrada-tronco que liga a Capital ao interior. Desde os dias pioneiros dos primeiros estabelecimentos da Bahia, a economia do Estado se orientou para a cidade de Salvador. Por ter um grande pôrto, Salvador foi e é o principal mercado para os produtos do sertão, bem como de lá procedem as mercadorias de fabricação nacional ou estrangeira. E desde que cinco das seis rodovias principais entre a cidade de Salvador e o sertão passam por Feira de Santana, também passa através do município o grande volume de tráfego entre o interior e a costa.

   Feira de Santana é muito mais do que um pouso nas estradas da Bahia. Desde os tempos coloniais tornou-se conhecida como um entrepôsto comercial de vida própria. As atividades comerciais cresceram consideravelmente em Feira de Santana, e por mais de um século a cidade gozou da reputação de empório líder do sertão baiano. Como tal, há muito tempo é o ponto de convergência de quase todas as matérias-primas embarcadas do interior para a metrópole, bem como o mercado principal e o mais importante centro de distribuição para os produtos provenientes da Capital. Essa atividade comercial verifica-se não somente pelo grande número e pela variedade de estabelecimentos comerciais localizados na cidade, como também pelo volume de negócios pecuários e agrícolas que realizam-se na feira semanal. Conquanto a feira se instalasse, originariamente, para a venda ou troca de mercadorias produzidas dentro do município, já em 1950 era conhecida em todo o nordeste do Brasil. Os compradores viajavam dos municípios circunvizinhos e da costa para a aquisição dos artigos produzidos em regiões distintas da Bahia e dos outros estados. Já em 1950, Feira de Santana era um mercado importante para os produtos agrícolas e pastoris, do interior. Uma nova fase surgira com rápida expansão dos processos industriais no município, desde o início da Segunda Guerra Mundial. Na cidade, o número de estabelecimentos para o beneficiamento do fumo, do algodão e dos couros e o aproveitamento da carne e dos gêneros alimentícios aumentara de mais de cinco vezes, entre 1940 e 1950. Em todos os anos, somente a cidade de Salvador excedia Feira de Santana em produção industrial.

   Do que precede é evidente que a economia de Feira de Santana está firmemente fundada na pecuária, na agricultura, no comércio e na industria. Tal situação é notável na Bahia, onde a maioria das regiões sofre os efeitos de uma longa tradição de monocultura, derivando suas rendas de um único produto. Esse sistema está de tal modo espalhado na Bahia que de todos os municípios do estado, somente o da cidade de Salvador terá a sua economia mais variada do que a de Feira de Santana. A natureza complexa da economia municipal, todavia, não se deve à previsão do povo de Feira de Santana, mas, de fato, à feliz situação geográfica do município, na convergência das estradas na Bahia.

   Em menos de um século e meio, Feira de Santana transformou-se de região pastoril, quase desconhecida, de escassa população, numa das comunidades mais ricas e mais densamente povoadas do sertão baiano. Essa importância explica-se pela feliz combinação de fatores geográficos e humanos que fazem de Feira de Santana a "Princesa do Sertão".


Feira de Santana A Princesa do Sertão: